20.8.09

1091

no 5dias

A Esquerda para principiantes

por Nuno Ramos de Almeida


Numa altura em que o PS, espreitou para além do seu ombro e da Mota-Engil, descobriu os ricos e enche a boca com justiça social. Num tempo em que as promessas se multiplicam como pãezinhos quentes no regaço do engenheiro dominical. É preciso explicar, muito devagarinho, o que é uma opção de esquerda nestas eleições. Ao contrário de que os assessores de turno e os cristãos novos do socratismo nos querem convencer, a esquerda não se mede pelas promessas e migalhas de subsídios que dá aos humilhados e ofendidos desta sociedade, mas pelo poder que lhes devolve. Governar à esquerda não são os anúncios repetidos de mais uns poucos euros nos subsídios de inserção, nos subsídios de velhice, nos subsídios de desemprego, embora todos eles possam ser úteis. Governar à esquerda significa dar poder às pessoas, dar direitos às pessoas, dar direitos à, chamada, sociedade civil. Não governa à esquerda quem aprova um código de trabalho a favor dos patrões, quem afronta os sindicatos e quer acabar com eles, quem acaba com o ensino superior público gratuito e com o Serviço Nacional de Saúde. Uma alternativa política de poder de esquerda tem que colocar como primeira prioridade dar poder à maioria dos trabalhadores (eu sei que é uma palavra caída em desuso). Significa, não só, redistribuir de uma forma mais justa o produto social, mas, sobretudo, dar poder político e económico à maioria da população.

Em estéreo no Blogue de Esquerda (quando conseguir funcionar com aquilo)

1 comentário:

contramestre disse...

A eleição do secretariado da secção do Partido Socialista da freguesia da Sé no Porto acabou ontem da pior forma. Os socialistas envolveram-se em cenas de pugilato quando procuravam eleger o seu secretariado tendo feito voar pelo ar cadeiras e mesas deixando parcialmente escaqueirada a sede da secção. Um dos potenciais candidatos a cabeça de lista pelo PS à Junta de Freguesia acabou mesmo com o nariz partido pelo seu adversário político, o actual presidente da Junta de Freguesia da Sé. A Policia tomou conta da ocorrência, uma cena típica de faroeste onde não faltaram familiares e capangas arregimentados por cada uma das facções.

Dirão alguns que se trata de uma idiossincrasia local, de uma disputa de gente arruaceira com sangue na guelra e uns copitos a mais própria do microcosmo que é o Bairro da Sé no Porto. Nada de mais errado. Os socialistas têm esta propensão para malhar inscrita no seu código genético.

Que o diga Francisco Assis que foi enxovalhado e corrido a baldes de lixo pelos seus próprios correligionários quando procurava amainar uma disputa entre facções em Amarante. E quem já se esqueceu da pancadaria armada pelo socialista Narciso Miranda na lota de Matosinhos, durante a campanha para as Europeias em 2004, que acabou por provocar um ataque cardíaco fatal ao Professor Sousa Franco apanhado no meio da refrega.

A propensão dos socialistas para malhar está inscrita no seu código genético desde as bases até às cúpulas. É um estilo de fazer politica. Os autarcas da freguesia da Sé mais não fizeram agora do que dar continuidade a essa tradição antiga dos socialistas pondo em prática esse gosto que nem mesmo o Ministro Augusto Santos Silva teve vergonha de assumir perante o Secretariado Nacional. Eles gostam de malhar.

Gostam de malhar e ameaçam quem se mete com eles. «Quem se mete com o PS leva» disse com toda a sua arrogância o ex-ministro socialista Jorge Coelho agora reconvertido em arrumador de contentores e mestre-de-obras na Mota-Engil. E quem não se lembram das palavras de Margarida Moreira, a Directora Regional de Educação do Norte que comparou os professores ao esparguete ameaçando esticá-los até os partir? Ou do gesto chifrudo do ex-ministro Manuel Pinho no Parlamento outra clara demonstração da forma arruaceira de fazer politica desta gente.

Os socialistas são assim. Estás lhes inscrito no código genético. Quando lhes falham os argumentos ou se sentem ameaçados foge-lhes o pé para o chinelo, arregaçam as mangas e lá vai disto. Malham. Nos outros ou entre eles. Quem não os conhecer que os compre.

Fonte:
http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Porto&Concelho=Porto&Option=Interior&content_id=1329740

Publicado por contramestre
http://sol.sapo.pt/blogs/contramestre/