27.3.09

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O artigo do Bastonário da Ordem dos Advogados sobre a forma irregular como as autoridades judiciárias e policiais usam os poderes e faculdades de que são titulares, e com finalidades bem diversas da estrita função a que estão vinculadas de realização da Justiça, merece ser lido.
E, mais, deve provocar uma reflexão sobre a forma como funciona o sistema judiciário.
Dirão alguns que o sistema se vigia a si próprio e que por isso os responsáveis por esta «entorse» foram punidos.
É verdade, mas não podemos deixar de ter atenção a qual o processo em que isto sucede, quais as questões que nele eram tratadas e, sobretudo, quem eram as personalidades envolvidas.
Se a mesma «tramoia» da falsa carta anónima fosse usada - e frequentemente é - para perseguir criminalmente um desgraçado de um cidadão anónimo, que não fosse deputado, ministro, dirigente partidário relevante, figura do aparelho de Estado e suas adjacências, não teria o fim «feliz» que neste caso teve.
Lá seguiria o processo os seus trâmites, o MP acusava o Juiz julgava e o desgraçado do cidadão passava por isto tudo e era até -se calhar -  condenado.
Duas notas:
1 - Contrariamente ao que por aí já corre com alacre satisfação, o Bastonário não vem defender o José Sócrates, nem  ilibá-lo de culpas que possa ter e que - se neste país houver justiça - um dia se apurarão.
Limita-se a tomar, pela Ordem a que preside, posição em matéria de funcionamento da Justiça.
2 - Nesta tramoia esteve envolvida uma jornalista - Inês Serra Lopes - que foi condenada, que agiu intencionalmente para um fim determinado.
E que apesar deste comportamento reprovável e já condenado continua a ser directora de um jornal a aparecer nas televisões a comentar tudo e todos, como se um comportamento destes não fosse suficiente para lhe retirar toda a credibilidade, a autoridade moral,  a audiência.   

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