Uma palavra assustadora
Parece que hoje haverá um Conselho de Ministros "extraordinário" e, se os portugueses ainda se lembrarem do imposto, igualmente "extraordinário", que Passos Coelho decretou mal chegou ao Governo, têm todas as razões para se sentirem inquietos e apertarem os magros salários ao peito como as mães de Aljubarrota os filhos ao ouvirem o som da trombeta castelhana, porque decerto (tenham medo, muito medo) vem aí outra vez algo "extraordinário".
A palavra "extraordinário" tornou-se, de facto, nestas primeiras semanas de Governo PSD/CDS, uma espécie de triângulo vermelho com um grande ponto de exclamação dentro, isto é, sinal de "outros perigos".
Talvez por não dominar inteiramente as esquisitices da língua pátria, o secretário-geral do PSD/Madeira ter-se-á limitado a usar aquilo a que chama "linguagem verbal" ("paneleiro", "filho da p...", "mentiroso", "corrupto", "feito com 'eles'", "vai para o c...", segundo o DN) para afugentar um jornalista de uma conferência de imprensa sobre a estimada, e habitualmente elevada, festa do Chão da Lagoa.
"Dessa discussão - diz o PSD/Madeira em comunicado, num português também ele elevadíssimo - houve linguagem verbal de ambos os protagonistas". Só que o jornalista, pelos vistos, não arredou pé. Tivesse Jaime Ramos brandido, como o PSD nacional, algo (um imposto, por exemplo) "extraordinário" e o jornalista, decerto um contribuinte, teria desaparecido num ápice.
Sem comentários:
Enviar um comentário