Sorria, não está a ser filmado
Em entrevista ao "Expresso", Ferraz da Costa , ex-presidente da CIP, clamava há um ano a propósito de "grandes obras" como o TGV e o novo aeroporto em Alcochete: "Rouba-se muito. O país não tem dimensão para se roubar tanto".
Poder-se-ia pensar que Ferraz da Costa, depois de ter deixado a CIP, guia táxi. Mas não. A Transparency International, em cujo "ranking" de percepção da corrupção Portugal vem sucessivamente descendo, tem a mesma opinião.
Talvez por isso a Câmara da Amadora pretende agora, e a Comissão Nacional de Protecção de Dados não deixa, instalar na cidade 113-vídeos-de-vigilância-113, que registariam constantemente mais de 300 planos de ruas e praças (algumas ruas de "bairros problemáticos" chegariam a ser vigiadas por nove aparelhos ao mesmo tempo).
Compreende-se a preocupação da Câmara da Amadora com a criminalidade de retalho. Não devem abundar na Amadora ministérios, fundações, sedes de grandes empresas de obras públicas ou gabinetes de advocacia e arquitectura especializados em fazer aprovar PIN em tempo recorde. Esses podem continuar a sorrir pois não estão a ser filmados.
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