13.5.10

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O argumento da "maioria"

As maiorias são aritmética, não argumento válido para tudo. Mas foi com base na verdade feita de que a maioria dos portugueses é católica que o Governo, interpretando o "sentir" do "povo português", decretou vários dias de tolerância de ponto para que o povo funcionário público fosse ver o Papa. Publicaram-se até estatísticas de baptismos tentando provar que 90% dos portugueses são "católicos". Mesmo eu, que fui baptizado mas não tenho religião (e, entre baptizados ateus ou agnósticos e baptizados que entretanto seguiram outras religiões, não hei-de ser caso único) entro nessas estatísticas como "católico". Para justificar o facto, reconhecido pela própria Igreja, de que menos de 20% dos portugueses vão à missa, as estatísticas e a Igreja criaram o enigmático conceito de "católico não praticante", como se pudesse professar-se uma religião não a praticando. E o Benfica? Não é também verdade feita que os benfiquistas, praticantes e não praticantes, são para aí uns 6 milhões? Porque não houve também tolerância de ponto para o tal "povo português" poder festejar a vitória do Benfica no campeonato?

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