8.11.06

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Entrevista de Guilherme Pinto ao MATOSINHOS HOJE

O valor de Narciso Miranda

Percebemos, caro presidente, depois, mais tarde, se formos vivos, falaremos nisso. Mas, já agora, permita que lhe pergunte uma questão importante: como foi possível o realinhamento político entre o Guilherme Pinto e Manuel Seabra, depois das confusões havidas também com a presença de Narciso Miranda?
- Sou uma pessoa que privilegia o essencial em lugar do acessório. E o essencial é que nos concentremos naquilo que são os projectos para Matosinhos, as obras que temos no terreno e a lançar. Entendi e não estou arrependido que para nos concentrarmos no essencial era importante um apaziguamento, uma acalmia, na tensão política que se viveu no interior do PS, em Matosinhos, nos últimos tempos. E farei o que puder para que essa serenidade permita que as pessoas se dediquem somente às causas de Matosinhos. Foi assim que se estenderam pontes entre as pessoas, pontes que também estão estendidas a quem durante 30 anos foi exemplar líder da autarquia e tem no Partido Socialista um lugar de destacada referência. Ouço e respeito as opiniões, algumas em particular, mas decido por mim e de acordo com as minhas convicções.
- E, já agora, quais são as relações entre Guilherme Pinto e Narciso Miranda?
- (com um ar de convencimento) Infelizmente não são tão continuadas como gostaria que fossem. Somos amigos, temos uma relação de proximidade, não estamos juntos tantas vezes como gostaríamos. Tenho a certeza que, quer eu, quer ele, pensamos assim. A vida de um presidente da Câmara é extremamente exigente, e ele próprio, Narciso Miranda, tem um conjunto de actividades que lhe tomam bastante tempo. Tenho a preocupação de manter as relações de amizade de 16 anos e do ponto de vista institucional preocupo-me em que as pessoas não esqueçam que se está a falar de um homem que esteve à frente da autarquia cerca de 30 anos. Não se está a falar de um homem comum, mas de quem tem direito a um lugar especial, porque o conquistou, defendendo e projectando Matosinhos.
- E a aproximação de Manuel Seabra a Narciso?
- (olhando bem para o jornalista) Durante anos mantive a percepção que o PS, em Matosinhos, era muito rico em personalidades, possuindo um conjunto vasto de gente capaz de desempenhar as mais variadas tarefas e que, por isso, não deveriam disputar entre si os níveis de protagonismo. Infelizmente aconteceu. Gostaria, no entanto, de perspectivar uma relação normal entre os dois. O tempo é o melhor conselheiro e no que eu puder contribuir, cá estarei. Recentemente, tive a oportunidade de convidar Narciso Miranda para estar presente na nossa Convenção Autárquica, como é público. Ainda mais recentemente, procuramos que aceitasse fazer parte da nossa lista para a eleição de delegados ao próximo Congresso do PS. Foram gestos da minha parte absolutamente genuínos, com vontade que as relações entre as pessoas do PS se estreitem.Chamo a atenção para um facto importante: raramente vi desencontros sobre o projecto de 30 anos realizado por nós, socialistas, não houve divergências essenciais entre as pessoas que fazem voz dentro do PS, mas divergências pessoais.Quero servir Matosinhos, mas gostava de o servir com os socialistas olhando-se bem de frente...trevista de

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