5.11.06

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Não podemos deixar de ter em conta, e perceber, o que move alguma opinião.
É gente para quem ter tido acesso á função de agente do M. P. (chamam-se a si próprios magistrados) equivale ter atigido o grau de impunidade, irreponsabilidade e ignorância, que tudo permite e tudo consente. Desde logo o completo desrespeito e desconsideração pelos outros, por aqueles que deles discordam e, de uma maneira geral, pelos cidadãos que são vitimas da sua actuação profissional.
A coberto de uma pretendida «autonomia» que, por razões óbvias erigem em valor absoluto, escondem o que não lhes convem que seja conhecido: a sua incompetência, a sua pequena ( ou em alguns casos, poucos, grande) corrupção, a sua prepotência, abuso de autoridade, falta de educação.
Sempre ao abrigo da pretensa autonomia conquistaram (como outros) o direito à inamovibilidade, que lhes permite oficiarem frequentemente, e de forma quase eterna, nos locais de onde são originários ou onde há muito residem, e onde, portanto, são sensiveis aos interesses influentes, que muitas vezes integram, representam e os motivam. E, mais, para não correrem riscos de sairem do meio ambiente onde tão bem se movem e tão bem se sentem, até podem recusar promoções.
O que é grave e, pior, perigoso, porque tem o poder de subtrair ao conhecimento publico, e à apreciação judicial, os crimes cometidos por amigos e «compinchas». E então aí, quando o fazem, é que são veradeiros paladinos do segredo de justiça. Não há processo convenientemente arquivado que se torne público.
É porque tem estes interesses a defender, porque querem opaca e não escrutinada a forma como exercem a sua função, que são os mais intrépidos defensores do segredo de justiça, que no dia a dia menosprezam.
E não há controle hierárquico, disciplinar ou funcional que aprecie actuações ou exerça vigilância. Além do funcionamento do sentimento corporativo do «aparelho» há uma forte cumplicidade imobilizadora resultante de todos terem telhados de vidro, e todos conhecerem os podres uns dos outros.
Não lhes interessa, portanto, que o comum dos mortais saiba, através da comunicação social, o que se passa nos meandros do seu meio.

2 comentários:

josé disse...

carlos alberto:

"A coberto de uma pretendida «autonomia» que, por razões óbvias erigem em valor absoluto, escondem o que não lhes convem que seja conhecido: a sua incompetência, a sua pequena ( ou em alguns casos, poucos, grande) corrupção, a sua prepotência, abuso de autoridade, falta de educação."

Vou ponderar se a Blogger vai ter de dizer quem é corajoso que isto escreveu.

Vai esticando a corda...

josé disse...

E fico à espera do teu mail, para podermos trocar umas impressões, desagradáveis.

O meu é jmvc@sapo.pt