11.10.11




Um descalabro anunciado


Parece que se foi a possibilidade de Louçã chegar a secretário de Estado de qualquer coisa. Nas eleições de domingo na Madeira, o BE averbou a segunda derrota, tão penosa quanto a primeira, em quatro meses. Perdeu metade dos eleitores e o seu único deputado. Já nas legislativas de Junho perdera 50% dos eleitores e 50% dos deputados.
Não que Louçã e o BE não tivessem denunciado a gestão do PSD na Região em termos consensuais para a generalidade dos contribuintes portugueses e, como resulta dos resultados globais, para a maioria do povo madeirense. O problema parece, pois, ser não o que Louçã diz mas a credibilidade do próprio Louçã.
O BE criou imensas expectativas numa parte do eleitorado de esquerda que não se revia num PS gestor do neo-liberalismo selvagem dominante. O novo partido parecia poder tornar-se, como o CDS em relação ao PSD, numa muleta governativa "ad hoc" do PS. Mas a direcção bloquista apostara tudo no PS de Ferro Rodrigues & Pedroso e, quando rebentou o escândalo Casa Pia, perdeu a cabeça. Pior, perdeu os valores, atirando-se contra tudo e contra todos: o PGR, o MP, a PJ, os media, as próprias crianças abusadas. Tinha a faca e o queijo na mão e cortou a mão. Pelo menos na parte que, como eleitor, me toca.
Não sei quanto tempo mais Louçã permanecerá à frente do BE. Mas parece que Carlos Cruz vai voltar à TV num novo canal por cabo. Talvez lhe arranje lá um lugar como comentador.

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