6.6.11




40% sem"legitimidade"

À hora a que escrevo, PSD e CDS pareciam ter ganho a subida honra de, em vez do PS, virem a ser eles os feitores do FMI, UE e BCE, espécie de Miguéis de Vasconcelos do plano dos "mercados" para este seu protectorado à beira-mar plantado: recessão, pobreza, desemprego, despedimentos fáceis, destruição do SNS, da escola e da segurança social públicas, desoneração das empresas de qualquer responsabilidade social através de uma gorda redução da TSU que aumentará exponencialmente o número de Ferraris nas estradas das regiões mais deprimidas do país e redistribuição em "apoios" à banca dos recursos sociais afectados aos mais desfavorecidos.

Ao mesmo tempo, a crer na mensagem de sábado do presidente da República, cerca de 40% de portugueses maiores, vacinados e com direito de voto perderam "autoridade" (e "legitimidade") "para criticar as políticas públicas" do próximo Governo a fim de "honrar os compromissos assumidos" com os tutores internacionais em troca dos 78 mil milhões (10 mil milhões para a banca) que tiveram a bondade de nos emprestar a juros usurários.
Se o nosso sistema eleitoral não fingisse que esses 40% de portugueses não existem, haveria na próxima AR 90 e tal cadeiras vazias. E os partidos teriam um número de deputados adequado ao seu real crédito junto dos eleitores: pouco mais de metade dos que irão ter, o que, em linguagem de "mercados", significaria um "rating" de "lixo"

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