O fantástico chefe dos ajustes directo criticou, mais uma vez, os extremistas. Falou do “voto construtivo”, com o mesmo tom que defende a “liberdade respeitosa”. Sonha com um país onde não há “maldicência”, uma terra em que o líder é repetidamente incensado, os jornalistas processados e os contadores de anedotas, no local de trabalho, despedidos. Peço imensa desculpa a sua excelência, nós precisamos de extremistas que não acreditam na mordaça, nem na liberdade diminuída. É necessário gente que diga, sem medo, que este país com 600 mil desempregados não é justo.
A política do grande líder pode contentar os usufrutuários das grandes negociatas, mas a grande maioria vive cada vez pior. Uma política de esquerda não é aquela que dá esmolas e subsídios aos pobres, mas aquela que dá poder e trabalho às pessoas. Estranhos “socialistas” que não se preocupam em entregar, por tuta e meia, empresas lucrativas que foram construídas com os impostos de todos, mas que recusam liminarmente a posse comum daquilo que é essencial à vida de todos. Os bens públicos devem estar na mão das empresas públicas. Já sabemos que o senhor presidente do conselho tem nesta matéria a sábia política do costume, como mostrou nos casos BPN e BPP, de nacionalizar os prejuízos e privatizar os lucros. São precisos radicais e extremistas para dizer que aquilo que nos querem fazer passar por normal não é justo. O meu voto é para que se multipliquem os extremistas neste domingo.
Nuno Ramos de Almeida
no 5dias
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