23.9.09

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texto do Rui Viana Jorge

Aeroporto

Comecemos pelas afirmações do Presidente da ANA:

A obras que presentemente se estão a fazer no aeroporto da ANA tem o seguinte reflexo:

Aumenta 70% a capacidade do Aeroporto

Capacidade da pista passa de 36 para 40 movimentos por hora

Passa a ter 47 portas de embarque, mais 21 do que presentemente

Passa a ter 20 mangas de acesso aos aviões, mais 13 do que presentemente

Capacidade de carga passa de 80.000 toneladas para 150.000 toneladas

Passa a ter uma capacidade para 16 milhões de passageiros ano

Só estas afirmações chegariam.

Mas vamos ao que interessa:

Disseram os defensores de tal projecto que estimavam um crescimento de 4,5% ao ano durante 30 anos.

Isto é tão valido como qualquer outro disparate.

Ninguém minimamente sério faz previsões a 30 anos.

Sabemos que em 2006 passaram pela Portela 12,3 milhões de passageiros, e que com o aparecimento das companhias low cost, as estratégias dos aeroportos estão todas a ser reestudadas.

Dizem os Experts na matéria que o pico petrolífero foi atingido, ou seja, que a partir de agora não mais vai aumentar a sua produção, dizendo mesmo que se prevê um declínio de 2% ao ano.

Estimam os tais interessados que o período de amortização será entre 2018 a 2048!

Deve ser á custa da privatização da ANA que é a única estrutura aeroportuária que dá lucro.

Depois quando os prejuízos vierem, socializam-se continuando privados os lucros.

Podem-se estimar a veracidade destas estimativas pelo seguinte:

A própria TAP estimou em 2006 resultados para esse ano que poderiam variar entre 10 milhões de € de prejuízo a 50 milhões de € de lucro consoante os preços dos combustíveis.

Especialistas Ingleses prevêem que em 2015 metade da destruição anual da camada de ozono será causada pelo tráfico aéreo.

Anualmente são já produzidas 600 milhões de toneladas de CO2.

Voltemos ao aeroporto da Portela:

Se retirarmos as instalações militares de Figo Maduro a capacidade de estacionamento da Portela aumenta fortemente.

Se os voos internos forem deslocados para o aeroporto de Alverca, descongestionamos fortemente o aeroporto da Portela.

Segundo os defensores do novo aeroporto, este esgota em 2011 (atribuindo crescimentos de 4,5% ao ano?); as obras em execução prolongam-lhe a vida até 2017, sempre segundo tais especialistas.

Finalmente o grande afluxo que já se verifica de turismo através do avião começa a fazer-se sobretudo por companhias low cost que nunca utilizam cidades aeroportuárias, mas sim aeroportos secundários.

Sem querer alargar-me mais, continuam variadíssimas alternativas ao novo aeroporto, que junto com o TGV irá hipotecar este País por muitos e longos anos.

Para finalizar, corre na internet, uma petição neste sentido que já tem milhares de assinaturas incluindo a minha para que seja travado tão grande disparate.

Como remate, a tese do novo aeroporto é tão falsa que se qualquer Governo garantir que a ANA não entra no “bolo” os tão competentes privados que garantem lucros chorudos desaparecem em dois segundos.

ruivianajorge@kanguru.pt

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