24.9.09

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O leproso e o canalha


O vergonhoso apoio do Governo de Sócrates à candidatura a director-geral da UNESCO de um anti-semita cúmplice de terrorismo que ainda há pouco dizia que queimaria pessoalmente todos os livros hebraicos que encontrasse na Biblioteca de Alexandria ficará a constituir uma das páginas mais negras da diplomacia portuguesa.

Sobretudo porque tal apoio passou por cima de direitos humanos e valores fundamentais em nome de um negócio mesquinho, a "compra" do voto egípcio a um lugar do MNE na ONU. A questão que se põe é saber se é legítimo, em política, aliarmo-nos ao diabo e deitar pela borda fora princípios e valores desde que ganhemos alguma coisa com isso; ou, como dizem os "gangsters" nos filmes, se a política não tem nada de pessoal, que é como quem diz de moral, é "only business". Pelos vistos, para o actual Governo (de um PS que não só meteu o socialismo na gaveta como não guardou dele outro resquício ideológico, já nem digo ético, senão alguns "slogans" para uso eleitoral), é. Eu, cidadão, estou antes com Borges e, se "compreendo o beijo ao leproso, não compreendo o aperto de mão ao canalha".

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