Pagam por serviço que só chega em 2011
00h30m
Os moradores em S. Mamede de Infesta (Matosinhos) estão indignados por ter de pagar uma taxa pelo saneamento, que só deverá estar instalado em 2011. A concessionária, a Indaqua, diz que está a actuar dentro da lei.
Entre tantas parcelas espalhadas na simples folha tamanho A4 da factura da Indaqua, a tarifa de utilização de águas residuais sempre havia passado despercebida a Ana Maria Madureira, moradora na Rua do Canto, em S. Mamede de Infesta, Matosinhos.
"A factura tem tantas alíneas e o montante é tão baixo que nem tinha reparado. Mas também não entendo porque pago, uma vez que não tenho saneamento básico. Aqui na rua muita gente drena os esgotos para a rede de águas pluviais", afirmou a moradora.
Uma vizinha, Maria Manuela Jesus Pereira, confessa que eliminou duas fossas sépticas aquando das obras de renovação da casa. "Só estou à espera que instalem o saneamento para fazer a ligação. Até lá, não tenho outro remédio que não seja drenar os esgotos para o colector de águas pluviais. Vivo nesta casa há 54 anos e estou farta de ouvir dizer que o saneamento está a chegar", referiu.
O presidente da Junta de Freguesia de S. Mamede de Infesta, Moutinho Mendes, salientou que os grandes núcleos urbanos já dispõem de rede de saneamento básico. "A Indaqua, concessionária para a distribuição de água e recolha e tratamento de água residuais, tem um plano de investimentos para a freguesia e já há obras em diversas ruas. Penso que dentro de dois ou três anos o saneamento chegará a toda a cidade", afirmou o autarca.
Actualmente, de acordo com Moutinho Mendes, cerca de 30% da freguesia, cuja população ronda os 23500 habitantes, não dispõe de saneamento básico.
A Indaqua Matosinhos revelou, por seu lado, que o saneamento básico chegará à Rua do Canto em 2011 e sublinhou que "o funcionamento da concessão é sustentado no regulamento de serviços, que vigora desde Junho de 1996". Segundo a empresa, o regulamento obriga todos os clientes que estejam ligados à rede pública de abastecimento de água a "pagar uma tarifa de utilização no valor de 0,18 euros por metro cúbico de água consumida". Tenham ou não ligação à rede de saneamento.
No caso dos imóveis sem "rede unitária ou separativa "à porta" e que estejam ligados à rede de água, é assegurada uma limpeza anual da fossa séptica da habitação em causa". A empresa revelou que está a concretizar um plano de investimentos, iniciado em Março do ano passado, coincidindo com o arranque da concessão feita pelo Município de Matosinhos, que "prevê a substituição integral da rede unitária por rede separativa durante os primeiros cinco anos". Assim, os esgotos deixarão de ser drenados para o sistema de águas pluviais. Serão executados no concelho cerca de 180 quilómetros de rede, dos quais 40 já foram concretizados. O plano de investimentos nas redes de abastecimento de água e de recolha e tratamento de água residuais ronda os 75 milhões de euros.
no JN
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