Estive a assistir ao tempo de antena da Elisa Ferreira no Jornal das Nove da SIC Notícias.
E digo ostensiva e claramente «tempo de antena».
É que pensei que fosse uma entrevista.
O Mário Crespo, supostamente condutor do telejornal e habitualmente - e bem - tão interventivo, demitiu-se do exercício da função que ali era suposto exercer: perguntar, questionar, confrontar.
Percebi que nos próximos dias vão ser «entrevistados» os cabeças de lista dos demais partidos.
Se a ideia é que a «coisa» seja conduzida como hoje, tudo não passa de uma perfeita inutilidade. Cada um debita o que quer, como quer e quando quer.
E o jornalista que preside à «coisa» demite-se da sua função e da razão de ser de ali estar.
Ou, o que é ainda pior, o Mário Crespo não fez o trabalho de casa.
Não sabe quais são os problemas do Porto, o que está em causa, o que se discute.
E fez uma tristíssima figura.
Quanto à Elisa Ferreira, também teve uma fraca prestação.
Em parte justificável porque a ausência de confronto por parte do entrevistador deixou-a sozinha e, nessas circunstâncias, é sempre difícil escapar à mediocridade.
Quanto às questões que ao Porto interessarão, para além da autopropaganda em matéria do prometido apoio governamental - apenas válida se o governo for o mesmo ou da mesma extracção - tocou significativamente em dois assuntos: os bairros camarários e o parque da cidade.
Quanto aos bairros é sabido ser terreno sociológico que o PS perdeu para o Dr. Rio e que previsivelmente não recuperará.
Na matéria do parque da cidade, que é um assunto muito complicado para o PS, raiou a estultícia.
É que na discussão do parque não se pode omitir nem esconder que toda a questão resulta da intervenção desastrosa, imoral e quiçá ilegal do Nuno Cardoso.
Que decidiu o que decidiu - em prejuízo da cidade mas provavelmente em benefício próprio - já depois das eleições autárquicas e quando sabia que nem ele nem o PS iam ficar na Câmara.
Assim como o engenheiro de domingo no Freeport.
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