1.10.09

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A necessidade do bloco central para um política de direita:





Os empresários estão inquietos com a possibilidade de um acordo do PS à esquerda. O presidente da CIP exige estabilidade e diz que seria "trágico para o País que o PS governasse aliando-se ao PCP e ao Bloco de Esquerda". Nada que surpreenda...
Os empresários estão inquietos com a possibilidade de um acordo do PS à esquerda. O presidente da CIP exige estabilidade e diz que seria "trágico para o País que o PS governasse aliando-se ao PCP e ao Bloco de Esquerda". Nada que surpreenda: a comunidade empresarial tem aversão a tudo o que anda com a cartilha de Marx na boca. Mesmo dando de barato que Vanzeller, do ponto de vista de sensibilidade, parece Manuela Ferreira Leite (muitas vezes diz o que não deve), tem razão: a economia não aguenta radicalismos à esquerda (o BE não tem pejo em apoiar renacionalizações...).
Mas por mais que simpatizemos com aquela posição, há uma dúvida que fica: para quê dramatizar a aversão às coligações à esquerda? Ninguém duvida, até pela praxis dos últimos quatro anos, que Sócrates não tem complexos ideológicos em matéria económica (apesar dos disparates de campanha, que não passam disso mesmo, e de medidas avulsas tomadas nos últimos meses). O mesmo é dizer Sócrates que tem horror ao ideário do BE. Sendo assim, para quê radicalizar o discurso? Para deixar Sócrates refém da ala esquerda do PS (que não perdoa, como se viu já com as declarações de Paulo Pedroso)?
Os empresários têm razões de preocupação? Têm. Mas em vez de dramatizarem os problemas em público, deviam juntar os dois partidos do poder (passado o pânico no PSD), tentando convencê-los de que agora, mais do que nunca, o pacto de regime é fundamental para o nosso futuro.


Camilo Lourenço no JORNAL DE NEGÓCIOS

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